Algumas mulherem tem dor na relação sexual ou ardência na relação sexual de origem inexplicável. Algumas começam com dores e ardêndias logo na primeira relação sexual e outras iniciam com essas dores depois de longos anos vida sexual saudável, sem dor.
Com o tempo, sem o diagnostico, tratamento e atenção devidas, essas dores na relação sexual vão aumentando, a ardência vai aumentando mais e mais e o medo da dor de instala causando o VAGINISMO ( contratura da parede muscular da vagina ).
A partir daí um grave transtorno psicológico se instala, afetando não somente a vida sexual e o relacionamento, mas também a auto estima da paciente.
Então, se você tem dor na relação sexual, ardência, e o seu ginecologista te examina, e não identifica nenhum problema infeccioso, ferida, alterações na pele ou outro motivo que justifique a sua dor, você pode ter VULVODÍNIA.
E o que é a Vulvodínia?
A Vulvodínia é uma síndrome de dor crônica na área vulvar ( área externa da mulher ) na ausência de um processo infeccioso, dermatológico, metabólico, auto-imunitário ou neoplásico.
Um Ginecologista especialista e treinado somente conseguirá fazer o diagnóstico e com um tratamento multidisciplinar haverá sucesso e controle da doença.
Quem sofre de Vulvodínia?
A Vulvodínia afeta mulheres de todos os grupos etários. A incidência de aparição dos sintomas alcança seu ponto máximo entre os 15 e 25 anos, e seu ponto mínimo depois dos 35 anos. Os estudos realizados na comunidade sugerem que a dor vulvar é comum, e foram informadas taxas de prevalência de até 18%.
Como se realiza o diagnóstico da Vulvodínia?
Para diagnosticar a Vulvodínia se utiliza o método de exclusão. O diagnóstico diferencial é amplo e pode incluir: candidose vulvar, infecções herpéticas, líquen piano, enfermidade de Paget, carcinoma espinocelular, neuralgia pós-herpética ou compressão do nervo espinhal. Portanto, é necessário realizar uma avaliação ginecológica exaustiva, e em alguns casos específicos, também é necessário realizar avaliações neurológicas e dermatológicas.
O que causa a Vulvodínia?
A etiologia da Vulvodínia é multifatorial. Existem evidências experimentais provenientes de vários estudos psicofísicos que indicam que a sensibilidade à dor ante estímulos mecânicos e térmicos na área vulvar se encontra alterada nas mulheres com Vulvodínia. Além da sensibilidade periférica demonstrada na área vulvar, existem evidências de sensibilidade central. Existem evidências da presença de um possível componente genético na etiologia da Vulvodínia.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
Estudos de pesquisas atuais indicam que a Vulvodínia é um transtorno heterogêneo, multiorgânico e multifatorial. Portanto, se recomenda um enfoque de tratamento multidimensional e multidisciplinar. Atualmente, não existe nenhuma cura para a Vulvodínia, mas muita melhora com o tratamento, ainda que algumas pacientes experimentem uma remissão espontânea.
O primeiro passo importante é reconhecer que a paciente tem Vulvodínia. Muitas mulheres com dor vulvar crônica não foram diagnosticadas nem tratadas, dado que os profissionais da saúde não conhecem amplamente a apresentação clínica e os enfoques de tratamento.
Um estudo recente realizado nos Estados Unidos demonstrou que 60% das mulheres consultam, pelo menos, três médicos para receber um diagnóstico médico. Assombrosamente, 40% das mulheres que buscam ajuda profissional continuam sem receber um diagnóstico depois de três consultas médicas.
Como primeira medida para o tratamento da Vulvodínia, é importante identificar e eliminar os fatores irritantes locais e os possíveis alérgenos.